13/07/2023 às 10h16min - Atualizada em 16/07/2023 às 00h01min

pepita expõe drama pessoal e exige respeito após expulsão traumática de casa pelo padrasto em entrevista ao podcast da pague menos

a cantora destacou a relevância do apoio familiar e se emocionou ao compartilhar sua experiência com a maternidade

DEUSARINA ALVES SANTANA
Fortaleza (CE), julho de 2023 – Priscila Nogueira, conhecida também como Pepita, a convidada desta semana no podcast PodSempre da Pague Menos, é uma artista carioca que atua como cantora, compositora e dançarina no Brasil. Ela ganhou destaque como uma das primeiras funkeiras trans do país e seu trabalho está fortemente ligado ao ativismo LGBTQIA+. No programa, são abordados diversos temas relacionados à saúde, beleza, qualidade de vida e bem-estar. Durante sua participação, a cantora compartilhou experiências sobre sua infância, a transição na adolescência e os desafios enfrentados devido à transfobia. Ela adotou o nome artístico Pepita quando foi convidada para dançar pela primeira vez e decidiu mantê-lo ao descobrir o significado de uma pedra preciosa. O episódio com a entrevista já está disponível a partir desta quarta-feira, 12 de julho, no canal do YouTube da rede de farmácias
 

Com mais de 2 milhões de seguidores em suas redes sociais, Priscila iniciou a conversa no podcast destacando sua infância e a relação especial que sempre teve com sua mãe, uma grande amiga – com a qual, inclusive, comprou o seu primeiro sutiã – e sua defensora em todas as adversidades. Ela também abordou a conflituosa relação com o padrasto, que não gostava da artista e a expulsou de casa. “O filho não pede para nascer. E, você que tem filho LGBTQIA+, saiba que a gente não pediu para nascer e ser amado. Mas peço respeito, pois eu te respeito”, reforça Pepita em depoimento. Aos 40 anos, a artista também relata que a frase que a define neste momento é a “Falta de paciência para você”. 
 

A compositora compartilhou que sua jornada de transição teve início na escola, quando tinha apenas 15 anos. Na época, ela utilizava o dinheiro que sua mãe lhe dava para a alimentação do intervalo para adquirir hormônios e dar continuidade ao processo de transição. Essa decisão seguiu por conselhos de pessoas mais experientes, que já haviam passado por esse momento em suas vidas. “A dica que eu deixo para você, menina que está no seu processo de transição é que vá com calma”, reforça a cantora ao compartilhar que, ao longo de sua trajetória, enfrentou inúmeros casos de preconceito, inclusive em consultas médicas, onde os profissionais não conseguiam chamá-la pelo seu nome, Priscila, mesmo estando registrado em sua ficha. Além disso, ela ressaltou as dificuldades enfrentadas ao lidar com as comparações médicas entre um corpo masculino e um feminino durante sua transição.
 

“Em um momento, enquanto eu tomava os hormônios, precisei falar com minha mãe, pois meu peito estava crescendo e eu não ficava sem camisa em casa. Ao me deitar, sentia que estava doendo um pouco e eu precisava de alguém ao meu lado para entender. Após contar para minha mãe, ela me levou ao médico e eu comecei fazer um acompanhamento. No início, eu fiz por ver outros fazendo, achando que se tinha dado certo com uma pessoa, daria para mim também. Hoje, sei que não pode ser assim, pois cada corpo é um corpo e cada organismo reage de uma forma”, pontua.  A cantora enfatiza ainda que o irmão também passou pela transição, somente após ter observado a transição da própria irmã e se inspirado nela. 
 

Transfobia: preconceito em debate 
 

Na conversa, Pepita relata que, ao frequentar um banheiro feminino, passou por um episódio de transfobia – preconceito, discriminação e violência direcionados a pessoas transgênero, negando sua identidade para marginalizá-las ou excluí-las da sociedade. “Foi o tempo de entrar no banheiro e ao me posicionar para lavar a mão e levantar o meu rosto já tinha um policial. Uma mulher o chamou e disse que tinha um homem dentro do local. Na hora, eu não estava entendendo como a forma como ele falava comigo. Disse que eu era homem e o meu banheiro estava ao lado, além de afirmar que só não me dava uns tapas por respeito a mulher ao lado”, afirma a cantora. E a agressão continuou: “Mas se você quiser, nós vamos lá para fora e resolvemos, de homem para homem”. Ao relatar a situação traumática que marcou sua vida, ela destaca que, naquele momento, uma mulher se apresentou como sua advogada no meio da confusão e prometeu tomar medidas legais contra o policial envolvido. “Eu processei a rodoviária, a senhora que estava no banheiro e o policial”. 
 

Apoio familiar: a importância para construção de um legado
 

Durante o podcast, Pepita expressa sua gratidão pela rede de apoio formada pela família, incluindo a sua sogra, uma vez que as babás profissionais que ela tentou contratar recusaram o emprego assim que descobriram que ela é uma travesti. “A última babá que entrevistei, fiquei encantada. Muito educada e carinhosa com crianças. No outro dia, ela me ligou falando que tinha conversado com o pastor e ele afirmou que sou um homem querendo ser mulher, portanto, ela não poderia trabalhar em uma casa assim”, desabafa sobre a situação.
Na sua participação, Priscila também comentou que decidiu virar mãe, pois tem muito medo da solidão. “Eu, por ser uma travesti, sofro muito por solidão e amor. A gente se humilha por um amor, pois há homens que não nos assumem. Pensei que, ao ser mãe, terei alguém para cuidar de mim e falar eu te amo. A maternidade para mim é a coisa mais pura e verdadeira do mundo”, afirma a funkeira. Ela, emocionada, continua: “Seria mãe de novo, porque ao ouvir meu filho me chamando de mãe pela primeira vez, foi muito louco. A sociedade não me vê como mãe, mas ele me vê. Tem horas que eu me pergunto se eu vou conseguir, pois não quero que meu filho passe pela metade das coisas que passei. Ele terá muito orgulho de ser filho de uma travesti. Eu não escolhi ser mãe. Meu filho me escolheu. Eu faço de tudo. Sei que não sou a melhor mãe do mundo. Tem dias que estou muito cansada, mentalmente, espiritualmente. De ter que explicar as pessoas que sou mãe”, reforça. 
 

Saúde e cuidado: 
 

Pepita ressalta que já teve inflamações nos rins por conta dos hormônios, mas que hoje segue uma vida saudável e com atividades físicas. Quando o assunto é saúde mental, a cantora explica que estabeleceu um limite de uma hora para usar a internet. Acredita que, se não fizesse isso, sua saúde mental estaria mais comprometida, devido à quantidade de informações negativas e falhas que são constantemente expostas.
Adicionalmente, Pepita destaca que considera a farmácia como seu shopping pessoal, pois busca o local sempre que precisa fazer compras, especialmente produtos cosméticos.
 

O PodSempre, que foi lançado em outubro de 2022, tem recebido vários convidados especiais, incluindo Solange Almeida, Sheila Mello, Luciano Szafir, Simony, Viih Tube, Gustavo Tubarão, entre outros. Eles compartilharam histórias de vida, superação e saúde, que são relevantes para conscientizar os seguidores. Confira essas e outras histórias clicando aqui.
 

Sobre as Farmácias Pague Menos e Extrafarma
A Pague Menos e Extrafarma estão presentes nos 26 estados da Federação e no Distrito Federal. Contam com aproximadamente 1.600 lojas, distribuídas em 389 municípios, com cerca de 25 mil colaboradores, além de uma plataforma omnichannel, que possibilita ao cliente comprar como quiser e receber seus produtos como preferir. Líderes nas regiões Norte e Nordeste, a Pague Menos e Extrafarma são hoje o Hub de Saúde da classe média expandida, com mais de mil unidades do Clinic Farma em todas as regiões do país.
 
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