A transformação digital na logística pode mudar estruturalmente todo o setor, agilizar processos, reduzir custos e melhorar a qualidade dos serviços. A tecnologia é uma realidade na sociedade – que já faz a maior parte de suas atividades através do celular, por exemplo.
Hoje, essa revolução do virtual chegou a muitas áreas da logística e boa parte das empresas utiliza plataformas tecnológicas para dar mais agilidade aos processos. Manutenção de veículos e equipamentos, controle de estoques, programação de cargas e descargas, atendimento de clientes e segurança são alguns desafios resolvidos com inovação.
Porém, uma das áreas mais fundamentais do trade é a negociação de caminhões. No Brasil, o escoamento dos mais diversos setores predomina nas estradas. Uma pesquisa divulgada pela Fundação Dom Cabral mostra que 75% de toda a produção brasileira é transportada por meio do modal rodoviário.
O país conta com 1,8 milhão de quilômetros de rodovias e sua economia gira fortemente em torno do segmento. Essa realidade é comprovada quando a categoria precisa cruzar os braços e o país praticamente para de funcionar.
Neste cenário, a demanda por equipamentos, peças e serviços é cada vez maior. Em 2021, o setor negociava em média R$ 120 bilhões em veículos usados por ano e até hoje existe uma lacuna para a oferta de qualidade na área da intermediação comercial.
A boa notícia é que as plataformas digitais despontam a cada dia com propostas inteligentes e seguras para driblar essa dor do mercado. Por meio de parcerias estratégicas, é possível unificar compra e venda de veículos, oferta de serviços, peças e insumos, atendimento financeiro, chegando até a conexão com contratantes e embarcadores.
Essa dinâmica viabiliza a concentração de prestadores, fornecedores e consumidores em um só lugar, além de oferecer recursos de comunidade aos usuários, servindo como apoio e suporte em todas as horas. Atualmente, há soluções que abrigam um ambiente seguro, ágil e idôneo para agregar valor a vendedores e compradores, atendendo de forma estratégica uma área tão essencial para a economia.
Para as empresas, englobar tecnologia a esse processo significa obter negociações facilitadas, ampliar a visibilidade dos produtos para todo o território nacional, embarcar marketing e inteligência de venda às campanhas, projetar a marca em mais mídias, e engajar clientes e toda a comunidade truck por meio de conteúdos profissionais.
Dessa forma, o frotista não precisa deixar de focar no seu core business para gastar boa parte do tempo gerenciando a renovação da frota, sofrendo com a dificuldade na hora de divulgar seus equipamentos de forma efetiva, em sites com baixa relevância e pouco alcance.
Na outra ponta, uma plataforma unificada permite ao motorista vislumbrar mais opções de ofertas sem precisar sair de sua rotina, traz orientação profissional em qualquer região e gera economia de tempo e dinheiro nesse processo de busca pelo veículo ideal.
Além disso, a tecnologia desempenha um papel de cunho social, já que o profissional não precisa parar de trabalhar para fazer a melhor escolha. Essa dinâmica garante a manutenção da renda do trabalhador e contribui para deixar a economia do país aquecida.
Investir em tecnologia é necessário e não deve ser visto como um custo e sim investimento. A inovação ocupa cada vez mais espaço no universo dos negócios e com caminhões não precisa ser diferente.
*Melodivo Teixeira é CEO da Quero Truck, plataforma fomentadora de negócios relacionados à compra e venda de caminhões e implementos rodoviários, novos e seminovos.