Um caso de poliomielite no Peru, que faz fronteira com o Amazonas, foi registrado em abril deste ano e acendeu o alerta internacional contra a reintrodução de doenças que podem ser evitadas por vacinas no Brasil. Por isso, o Ministério da Saúde escolheu o Amazonas como ponto de partida de uma campanha de imunização ao nível nacional, como foco em crianças e adolescentes com até 14 anos.
O lançamento da ação ocorreu na manhã deste sábado (13) na Centro de Educação em Tempo Integral (E.E.T.I) Professor Garcytilzo do Lago e Silva, bairro Tarumã, zona Oeste de Manaus.
“Alertamos o governo do estado e a representação dos municípios e decidimos iniciar a multivacinação aqui”, explica o diretor do Departamento de Imunização do Ministério da Saúde, Eder Gatti. “A ideia é atualizar a carteira de vacinação das crianças. Ao receber o documento, os agentes de saúde conferem quais doses estão faltando e aplicam”.
Desde 2015, no entanto, o Brasil vem registrando queda na cobertura vacinal por questões estruturais do Sistema Único de Saúde (SUS). A falta de acesso a serviços de saúde e de vacina e salas de imunização fechadas são os principais problemas. “Além disso, tivemos a disseminação das fake news, que comprometem a confiança das pessoas nas vacinas”, observa Eder.
Além da poliomielite (conhecida como paralisia infantil), a campanha tem como alvo outras doenças que já foram erradicadas no país, como o sarampo e a meningite, além de Covid-19. A mobilização conta com apoio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). 171 salas de vacinas foram disponibilizadas na capital para a campanha, que encerra no dia 25 deste mês.
O secretário de estado de Saúde, Anoar Samad, explicou que o governo federal já havia planejado uma campanha de vacinação em todo o país antes da notificação do caso no país vizinho. “O Ministério da Saúde está disponibilizando vacinas e recursos para aumentar nossas taxas de cobertura vacinal”. Samad destacou o apoio de órgãos do interior do Amazonas para conter novos casos de poliomelite. “Começamos a fazer ofícios e mandar equipes para a região fronteiriça. Os secretários municipais (de saúde) tiveram uma atitude dinâmica e já começaram a aumentar o reforço (vacinal)”.