08/02/2023 às 18h15min - Atualizada em 09/02/2023 às 00h00min
Transplante capilar: entenda o procedimento e conheça as técnicas utilizadas
Dr. Victor Romero tira dúvidas sobre a cirurgia para calvície, barba e sobrancelhas.
SALA DA NOTÍCIA Via Assessoria
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Freepik A perda de cabelo é um problema que, sem dúvidas, incomoda muita gente. De acordo com sociedades médicas, metade dos homens com mais de 50 anos apresenta algum grau de calvície, que também ocorre, ainda que em menor proporção, nas mulheres e homens mais jovens. A boa notícia é que, atualmente, já é possível solucionar essa questão com um procedimento chamado transplante capilar, capaz de proporcionar resultados naturais e definitivos. Por essas razões, o transplante vem ganhando popularidade: segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia de Restauração Capilar (ISHRS), mais de 700 mil cirurgias do tipo foram realizadas, no mundo inteiro, apenas em 2021. Mas como funciona, afinal, esse procedimento? Entenda!
Transplante Capilar
O cirurgião capilar Dr. Victor Romero explica que o transplante é um tratamento cirúrgico no qual os pequenos órgãos chamados de “folículos pilosos”, que dão origem aos pelos, são levados de uma área da pele (área doadora) para outra parte do corpo (área receptora) do mesmo indivíduo. O procedimento pode ser indicado para tratar vários tipos de alopecia (rarefação ou ausência de pelos em uma região), mas também pode ser feito para colocar pelos em qualquer região do corpo onde se deseja tê-los. “Atualmente, o transplante é uma técnica minimamente invasiva e possui resultados excelentes e naturais”, destaca o especialista.
Dr. Victor Romero acrescenta que a chamada “área doadora” precisa ser uma parte do corpo com pelos, a partir da qual os folículos são removidos para o transplante capilar. De acordo com o cirurgião, algumas características são desejáveis na área doadora, embora nem sempre elas estejam presentes. A primeira característica que se busca é a similaridade, ou seja, a semelhança dos pelos que serão removidos com os pelos da área que irá recebê-los. Um exemplo é o transplante de barba: para esse tipo de procedimento, uma das melhores áreas doadoras é a parte da barba próxima ao pescoço, onde o paciente costuma raspar os pelos.
Uma segunda característica importante é a capacidade do pelo de se manter na área receptora. No caso da cirurgia para reverter a alopecia, por exemplo, frequentemente são usados os pelos de áreas atrás e nas laterais da cabeça, pois os fios dessas regiões são menos suscetíveis a hormônios causadores de calvície. Outro fator a ser analisado na hora de escolher a área doadora, de acordo com o Dr. Victor, é a facilidade com a qual se extrai os pelos dessa área.
Já em relação à área receptora, Dr. Victor Romero explica que é possível transplantar pelos para qualquer parte da pele. Porém, as áreas receptoras mais comuns são couro cabeludo, barba e sobrancelha. “De acordo com a área de implantação e as características individuais de cada paciente, irão variar as possíveis áreas doadoras e também as técnicas e extração e implantação”, conclui o especialista.
As técnicas cirúrgicas de transplantes capilares
De acordo com o cirurgião capilar Dr. Victor Romero, a classificação das técnicas é feita com base nos métodos usados nas duas principais fases da cirurgia: extração dos fios da área doadora e implantação na área receptora. Na fase da extração, são usados dois métodos. Um deles é o FUT (Folicular Unit Transplantation), que consiste na remoção de uma faixa de pele da área doadora, a partir da qual são separadas as unidades foliculares. O outro método, atualmente mais usado, é o FUE (Folicular Unit Extraction), na qual as unidades foliculares são removidas com um auxílio de um instrumento chamado “punch” e já saem praticamente prontas para serem enxertadas. Os punchs podem ser motorizados ou manuais, e variam muito em forma, tamanho e tipo de lâmina. Eles são escolhidos de acordo com a área doadora e a experiência do médico que realiza o procedimento.
Os métodos usados na implantação são muito mais variados. O chamado “método das pinças” é o mais simples deles, consistindo na realização de incisões onde, posteriormente, os folículos são implantados com o auxílio de pinças. Já no método DNI, também são realizadas as incisões, mas em vez de pinças são usados dispositivos denominados “implanters”, que permitem manipular menos os folículos, garantindo maior taxa de sucesso. A técnica DHI, por sua vez, dispensa as incisões, já que utiliza um implanter especial que corta a pele ao mesmo tempo em que implanta os folículos.
Pré e o pós-operatório
Dr. Victor Romero explica que, nas consultas que antecedem a cirurgia, são feitas a avaliação da área que vai receber os pelos e a escolha da área doadora, o que possibilita calcular a quantidade de fios a serem transplantados e estabelecer um orçamento de acordo com a extensão da cirurgia. Também são solicitados então exames pré-operatórios como exames de sangue e parecer cardiológico. No dia da cirurgia, o médico faz novas avaliações e marca as áreas receptora e doadora. “Em casos de transplante de sobrancelhas, somos auxiliados por uma designer de sobrancelhas que faz o desenho da área a ser transplantada”, pontua Dr. Victor. Depois que todo o planejamento é aprovado pelo paciente, ele é levado para a sala de cirurgia, onde é feita a sedação pelo anestesista. Inicia-se então o transplante propriamente dito, onde são feitas extração e implantação. Depois do procedimento, o paciente se recupera da anestesia, se alimenta e é novamente avaliado. Estando tudo bem, é liberado para casa. No pós-operatório, o paciente deve ficar três dias em repouso, borrifando soro na área que recebeu o transplante. Ele consegue voltar ao trabalho em 7 dias, mas sempre tomando cuidado para não sofrer traumas na área receptora. Após 15 dias, pode voltar a fazer exercícios e, após um mês, pode voltar a esfregar a área receptora. Até esse momento, a higienização é feita sem esfregar. Também cerca de um mês após a cirurgia, os pelos transplantados caem. O crescimento normal começa em cerca de três meses e o resultado final pode ser visto após um ano. Fonte/Informações: www.victorromero.com.br