28/11/2022 às 11h47min - Atualizada em 29/11/2022 às 00h07min

Como startups estão se reinventando para se tornarem mais lucrativas

Entenda os principais desafios e quais caminhos das empresas brasileiras na busca por melhor rentabilidade

SALA DA NOTÍCIA Assessoria
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Transformação parece ser a palavra da vez. Somos bombardeados a todo momento por essa expressão e pela busca incessante de se reinventar. As startups não fogem disso. Com expectativas cada vez mais elevadas de um crescimento rápido, a transformação acaba sendo o caminho para alavancar os negócios.

Valuations inflados e escassez de capital, unidos a um cenário político-econômico global, trouxeram um novo alerta para o mercado. Muitas startups deixaram a desejar no quesito lucratividade e vêm sofrendo uma pressão crescente de seus investidores para reverterem esse quadro. Os fundos de Venture Capital vêm analisando o quanto as empresas estão "economizando" ou sendo mais eficientes em queimar menos caixa para continuarem a programação de investimentos. 
Para Fernando Rosa, Head de Parcerias do banco digital Letsbank, esse movimento vem para tirar as startups da zona de conforto. “A parte boa é que onde existe crise, existe oportunidade. E, neste momento, é importante buscar formas complementares para se gerar receita, por esta razão, startups estão reinventando seu modelo de negócio, agregando benefícios e funcionalidades em seus ecossistemas”.

Outra estratégia que tem se mostrado eficiente é monetizar a base de dados por meio da oferta de novos produtos. Desta maneira, startups têm conseguido aumentar o ciclo de vida dos clientes e realizar cross selling e up selling, ampliando seus ganhos.

Deu para perceber que oferecer uma experiência mais completa agrega valor e gera negócio? Fernando Rosa, Head de Parcerias do Letsbank detalha: 

“Quando falamos em monetização ou novas estratégias de gerar valor para seus clientes e com isso rentabilizar mais, pode-se seguir alguns caminhos, desde os tradicionais como o modelo de assinatura (utilizado por streamings, como a Netflix), a publicidade online e offline, passando por várias soluções até chegar na mais nova tendência: o embedded finance, com alta adesão por softwares de gestão, sistemas de automação e ERPs”.

Embedded Finance: o modelo de monetização mais exponencial

As empresas que adotam a monetização com soluções financeiras dentro dos seus ecossistemas ganham em diferencial competitivo e aumentam suas receitas - é o famoso embedded finance - afinal, esse modelo de negócio proporciona diferentes shares em cada modalidade de transação realizada pelo usuário da plataforma.

“Sem dúvidas, trazer a inteligência bancária para o seu ecossistema tornou-se a forma mais rentável de monetização pela facilidade de integração das APIs e risco reduzido, uma vez que o software de gestão, sistema de automação ou ERP não precisa ser responsável por uma licença bancárias e auditado pelo Banco Central”, chancela o profissional que continua:
“Com o perfil e as necessidades do cliente em mãos, poder customizar sua jornada e simplificar sua experiência, passa a ser o grande trunfo desses players para garantir sua fidelização. É a possibilidade de ofertar serviços bancários dentro de um ambiente já familiar. Afinal, seus clientes já estão acostumados com o produto do parceiro. O perfil do cliente, a persona e suas necessidades, já são dadas”.

Segundo Fernando Rosa, quanto mais funcionalidades financeiras no ecossistema do parceiro, mais produtos e serviços bancários ele oferecerá para o cliente dentro de sua plataforma, fazendo com que o tempo de utilização do seu produto aumente consideravelmente.

Conciliações, pagamentos, geração de boletos, antecipação de recebíveis, solicitação de empréstimos sem garantia: tudo, em apenas alguns cliques, em um só lugar: a plataforma do parceiro.

Em um futuro próximo, a provocação é que deverá ser tão natural estar dentro de uma aplicação em nuvem e realizar uma transação financeira, de forma integrada, que você nem perceba que ali existe um banco; é o fim do Alt+Tab da plataforma de gestão para o internet banking e das horas improdutivas realizando as operações financeiras da empresa.

A estimativa é de que o fenômeno Embedded Finance vá de US$ 43 bilhões em 2021 para US$ 138 bilhões até 2026, segundo um levantamento feito pela Juniper Research. Essa expectativa de crescimento deve-se à disponibilidade de APIs ofertadas por prestadoras de serviços financeiros.

Com a agenda de inovação do Banco Central e a evolução do Open Banking em uma indústria que já vinha sendo descentralizada, o Brasil tornou-se um país com excelentes oportunidades para evolução do Embedded Finance.

Monetização de dados
“O clichê, aqui, vem a calhar: dados são o novo petróleo. Esse modelo de monetização consiste em usar os dados de uma empresa para agregar valor indiretamente aos seus produtos, serviços, à sua marca e, claro, gerar receita. Assim, é de suma importância que as empresas incluam esse tema em suas estratégias de negócio”, resume Fernando.
Toda informação coletada pela organização, por si só, não tem valor financeiro significativo. Assim, é imprescindível trabalhar no gerenciamento dos insumos dados por sua base de clientes, analisar a forma como ela se relaciona com seu produto, para compreender que tipo de dado é gerado.

Para que você consiga, de fato, monetizar os dados do seu negócio, é fundamental ter um bom planejamento, investir em soluções tecnológicos e escolher bons parceiros.

SAAS - Software as a Service (software como serviço)
São aplicações online, que podem ser usadas remotamente em diversos dispositivos. Para acessá-las, você precisa pagar por uma licença de produto. 

BaaP – Banking as a Plataform
A tecnologia tem como objetivo permitir que qualquer empresa, sem a necessidade de ser um banco, ofereça serviços financeiros digitais para seus clientes dentro da sua plataforma.

AIAS - Artificial Inteligence as a Service
É a venda de ferramentas de Inteligência Artificial (como Machine Learning e identificação de comportamentos) como um serviço. Na maioria das vezes, este é anexado a outro software, por exemplo um SaaS (software como serviço), que te auxilia no uso da inteligência.

Micropagamentos 

São usados em aplicativos e plataformas freemium, que podem ser utilizadas de graça, mas com funções reduzidas. É comum também em jogos digitais, onde você compra um item para melhorar seu desempenho.

Afinal, quais os reais benefícios da monetização?

“A monetização através de serviços financeiros embutidos – Embedded Fiance – torna-se uma oportunidade para impulsionar empresas com modelos de negócios como plataformas digitais ou Marketplace. Quando essas empresas adotam o modelo de embedded finance integrado a sua plataforma, fomentam um maior número de produtos e serviços para sua base de clientes. Tornando assim, o seu modelo de negócio mais atrativo para seus clientes e se diferenciando dos seus concorrentes, fazendo com que os seus clientes aumentem a fidelidade em seus produtos/serviços. Adotar embedded finance abre um leque de novas fontes alternativas de receita, alavancadas pelos serviços financeiros e proporciona um aumento na monetização”, finaliza Fernando Rosa.

 
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