27/02/2022 às 19h27min - Atualizada em 27/02/2022 às 18h26min

Pedofilia

Augusto Bernardo Cecílio

Augusto Bernardo Cecílio

Educação Fiscal e Cidadania - E-mail: [email protected]

   Esse problema é mundial e perpassa por instituições de diferentes credos, por escolas, famílias, enfim, é fato que acontece com triste e estarrecedora frequência, principalmente quando o álcool, as drogas, a internet, o poder econômico e o poder político estão associados, e onde a impunidade reina descaradamente.

   A pedofilia é a perversão sexual na qual a atração sexual de um indivíduo adulto está dirigida primariamente para crianças. É classificada como uma desordem mental e de personalidade do adulto, e também como um desvio sexual, pela Organização Mundial da Saúde, e o ato sexual entre adultos e crianças abaixo da idade, resultante em coito ou não, é crime na legislação de inúmeros países. 

   Em alguns deles, o assédio sexual a crianças por meio da Internet também constitui crime. Outras práticas correlatas, como divulgar pornografia infantil ou fazer sua apologia, também configuram atos ilícitos classificados por muitos países como crime.

   Tendo como principal meio de divulgação a Internet, a pedofilia movimenta milhões de dólares por ano e expõe milhares de crianças indefesas a abusos que nem mesmo adultos suportariam. Existem até clubes de pedofilia que servem para associar pedófilos pelo mundo, onde eles podem adquirir fotos e vídeos contendo pornografia infantil e até contratar serviços de exploradores sexuais, fazer turismo sexual ou mesmo efetivar tráfico de menores e aliciá-los para práticas de abusos sexuais, com alta possibilidade de desaparecimento de muitas crianças no mundo inteiro.

   Para coibir essa prática, além da conscientização de internautas, autoridades do Legislativo, do Executivo e do Judiciário, famílias e sociedade em geral, cabe ao cidadão a possibilidade de denunciar esse crime ao Ministério Público, à Polícia Federal e à Interpol, além de outras autoridades constituídas.

   Além disso, ainda convivemos com um problema social dos mais sérios, o que por si só justificaria medidas mais eficazes e, se não fosse a resolução definitiva da questão, ao menos que sejam aplicadas políticas públicas mais arrojadas com o estrito interesse de amenizar a mendicância infantil pelas ruas das cidades.

   Na busca de soluções para os problemas socioeconômicos que margeiam todo o processo de crescimento do País, não se pode esconder, infelizmente, um futuro nada promissor que aguarda por nossas crianças. 

   Enquanto elas driblam, entre uma esquina e outra, as ações pouco receptivas do poder público, uma massa furiosa de delinquentes cresce e ruma em direção contrária aos códigos de costumes, leis e à própria sociedade, revelando notoriamente uma relação de franco embate onde não há vencedores, apenas vítimas.

   A desestruturação familiar concorre para que as ruas sejam mais atraentes que um lar esfacelado. Juntando os pedaços, os fragmentos de uma sociedade fragilizada, é que devemos nos orientar para que possamos garantir um futuro digno para nossas crianças. Nos semáforos, nos terrenos baldios, nos prédios abandonados reunidos como bando de irracionais, certamente eles não encontrarão o que precisam, mas contribuem significativamente para aumentar o índice de medo que grassa pelas ruas, principalmente nas grandes cidades brasileiras.
 
*Auditor fiscal e professor.
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