20/05/2022 às 10h20min - Atualizada em 21/05/2022 às 00h00min
Onde está o transporte público na plataforma dos candidatos?
Por José Claudinei Messias, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários da Zona Sorocabana
SALA DA NOTÍCIA Fernanda de Souza Martins
Esse ano teremos eleições para presidente, governo estadual, senado, câmara federal e assembleia estadual. As promessas já começaram e envolvem os diversos setores, como saúde, educação e segurança. É óbvio que esses são temas importantes no dia a dia da população, mas e o transporte coletivo, quando os candidatos vão falar sobre seus planos? Em São Paulo, por exemplo, as reclamações são constantes. Os trabalhadores não têm um dia de paz no caminho para o trabalho, escola ou residência. As falhas nos trens são constantes e a fiscalização simplesmente não funciona. Ao invés de resolver o problema, os envolvidos permanecem em um jogo de empurra sobre a responsabilidade. Quem perde são os usuários dos serviços públicos. Devemos lembrar que o transporte público é uma obrigação do Estado. O governo deve oferecer estrutura e segurança para funcionários e a população que depende do serviço. As empresas são apenas administradoras da operação e devem ser constantemente fiscalizadas e cobradas para que entreguem o melhor para a população. Afinal, elas recebem – e muito – por isso. A falta do tema ‘transporte público’ no discurso dos candidatos somente mostra o quanto os políticos não enxergam o tema como prioridade. Nós fazemos a nossa parte. Estamos sempre falando e lembrando que, se o transporte público fosse tratado como política pública e levado a sério como deveria pelos governantes, os problemas seriam muito menores, bem como as reclamações da população, que sofre cotidianamente com um serviço mal prestado. É claro que é preciso falar e trabalhar pela saúde, educação e segurança, mas todos esses tópicos passam pelo transporte público. Afinal, quantas pessoas precisam de ônibus, trens ou metrô para chegar a um hospital ou escola? Em relação à segurança, sabemos que tem problemas. Inclusive, mesmo no transporte são comuns relatos de furtos e violência nas estações e trens tanto contra passageiros quanto contra funcionários. Aliás, esse tipo de intervenção também não faz parte do programa de governo dos candidatos. Como é normal, eles pensam apenas no macro e, geralmente, consideram responsabilidade das empresas a segurança em suas dependências. Ora, se o serviço de transporte é público, a segurança também deveria ser feita pelos órgãos do governo, não? Com tudo o que passamos diariamente no transporte público, fica aqui uma dica: prestem atenção nos planos para o transporte. Cobrem isso de seus candidatos ou então será mais um período de sofrimento para quem depende desse serviço essencial para se locomover diariamente.