Se antes o fracasso profissional era motivo de vergonha, hoje ele começa a ser visto como parte essencial do crescimento. Demissões, projetos malsucedidos e mudanças de rumo passaram a ser encarados de formas distintas entre as gerações, o que ajuda a entender como evoluiu a relação dos profissionais com o trabalho e com o próprio sucesso.
Uma pesquisa do LinkedIn aponta que 60% dos profissionais brasileiros planejam mudar de emprego em 2025. A Geração Z lidera essa tendência (68%), seguida pelos Millennials (65%), Geração X (51%) e Baby Boomers (41%), em dados que refletem não apenas uma maior mobilidade profissional, mas também uma nova forma de lidar com o erro e de reinterpretar o que significa fracassar.
“Fracasso não é o oposto de sucesso, mas parte essencial do caminho para construir uma trajetória sólida”, afirma Mirella Franco, autora de Carreira com Valuation, A arte de negociar o seu valor profissional. “Cada obstáculo oferece uma oportunidade de aprendizado, permitindo identificar pontos de melhoria, desenvolver novas habilidades e ajustar estratégias para o futuro. O que antes era visto como uma derrota hoje pode representar um ponto de virada, desde que a pessoa tenha clareza sobre seus objetivos e saiba extrair lições do que deu errado”, ressalta.
Em seu livro, Mirella propõe enxergar a carreira como um ativo de valor, aplicando conceitos de valuation, comuns no mundo corporativo, ao desenvolvimento individual. A autora defende que planejar a carreira com intencionalidade e visão estratégica permite transformar tropeços em patrimônio profissional e em oportunidades de crescimento.
Segundo Mirella, o erro pode ser um dos maiores aliados do desenvolvimento profissional. “Quando o profissional compreende que o fracasso é uma etapa natural do processo, ele se torna mais estratégico e resiliente. Em vez de apenas reagir às circunstâncias, passa a usar essas experiências para construir diferenciais competitivos, seja aprimorando competências, ampliando sua rede ou ajustando sua rota de carreira.”
Como cada geração reage ao fracasso?
Enquanto Baby Boomers e parte da Geração X associam o fracasso à perda de estabilidade e status, herança de uma época marcada pelo emprego vitalício, os Millennials tendem a interpretá-lo como sinal de desalinhamento entre propósito e função, reagindo com reinvenção e empreendedorismo. Já a Geração Z, imersa na cultura digital e no aprendizado constante, encara erros como parte natural do processo, ajustando rotas rapidamente e sem tanto peso emocional.
“O fracasso está sendo ressignificado e deixou de ser um fim e passou a ser um meio. Independentemente da idade, o desafio é transformar experiências negativas em impulso para evoluir. Planejamento, autoconhecimento e visão estratégica são os novos pilares da relevância profissional. Quem compreende isso não teme o erro, mas o utiliza como ferramenta de crescimento”, finaliza Mirella.
Sobre a autora
Mirella Franco Melo é natural de Recife (PE), graduada em farmácia industrial e construiu carreira sólida na indústria farmacêutica, onde liderou áreas de qualidade, compliance e transformação organizacional. Como empresária, comandou a expansão de seu próprio negócio e hoje atua como conselheira empresarial, apoiando organizações na integração entre estratégia, inovação e sustentabilidade. É também palestrante e referência em liderança, propósito e protagonismo feminino.
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GEOVANNA VEIGA CABRAL JARDIM
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