A busca por estabilidade financeira no futuro tem levado cada vez mais brasileiros a aderirem à previdência privada. Segundo dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), o setor registrou mais de R$ 150 bilhões em arrecadação em 2024, um crescimento de aproximadamente 12% em relação ao ano anterior. Em Minas Gerais, o movimento também é notável: de acordo com dados da Susep, o número de novos contratos cresceu 9,3% no último ano, sendo Belo Horizonte responsável por boa parte dessa demanda.
Para o especialista em educação financeira Guto Moizés, essa mudança de comportamento está diretamente ligada à insegurança com o modelo tradicional de aposentadoria no Brasil. “A previdência privada deixou de ser um privilégio de poucos. Hoje, é uma ferramenta essencial de organização financeira. Não é luxo, é planejamento de vida”, afirma.
Ele explica que, com a reforma da Previdência e o envelhecimento da população brasileira, muitos trabalhadores têm se conscientizado da importância de garantir uma renda complementar no futuro. “O INSS, sozinho, não será capaz de manter o padrão de vida das próximas gerações. A previdência privada entra como aliada para quem quer se aposentar com dignidade e autonomia”, destaca Guto.
Além disso, ele aponta que muitos jovens, especialmente entre 25 e 35 anos, têm iniciado planos mais cedo — movimento que seria impensável há dez anos. “Estamos vivendo uma virada cultural. A geração que cresceu vendo os pais com dificuldades na aposentadoria agora quer fazer diferente”, diz.
Para quem deseja começar, o especialista reforça a importância de escolher um plano adequado ao perfil de risco, contar com orientação profissional e manter aportes regulares. “Com R$ 100 por mês já é possível iniciar um plano consistente. O segredo é a constância e o longo prazo”, finaliza.
Outro fator que tem impulsionado a procura por previdência privada é o avanço da tecnologia e da digitalização dos serviços financeiros. Com a popularização dos aplicativos de investimento e a maior oferta de produtos acessíveis, mais pessoas têm conseguido simular cenários de aposentadoria, comparar planos e tomar decisões com base em dados concretos. “Hoje é muito mais fácil visualizar o futuro e entender o impacto das escolhas de hoje. Isso empodera o investidor e torna a previdência uma opção tangível para todas as classes sociais”, avalia Guto.
A adesão crescente também reflete uma mudança na mentalidade do brasileiro em relação ao consumo e à construção de patrimônio. “As pessoas estão cada vez mais conscientes de que o dinheiro precisa ter destino, e não apenas ser gasto. Poupar, investir e se preparar para o futuro passou a fazer parte do vocabulário de quem busca qualidade de vida a longo prazo”, afirma o especialista.
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PATRICK BRYAN FERREIRA NASCIMENTO
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