Pérola Negra abre o Desfile das Campeãs do Carnaval Paulista de 2025 com enredo inspirado na obra de Cláudia Alexandre
Inspirado no livro Exu-Mulher e o Matriarcado Nagô, enredo da Pérola Negra é um grito sobre a força e a resistência das mulheres negras e cultura preta no Carnaval.
SI COMUNICAçãO
07/03/2025 18h50 - Atualizado há 1 mês
Divulgação| Arquivo Pessoal
O Carnaval é uma das manifestações culturais mais emblemáticas do Brasil, carregando consigo histórias de resistência negra e afirmação cultural. No desfile das campeãs do Carnaval Paulista de 2025, a escola de samba Pérola Negra será a primeira a entrar na passarela, celebrando a força das tradições afro-brasileiras com um enredo inspirado no livro Exu-Mulher e o Matriarcado Nagô, da jornalista e pesquisadora Cláudia Alexandre, vencedora do Prêmio Jabuti Acadêmico 2024.
Para Cláudia Alexandre, a escolha de seu livro como inspiração para o desfile é um ponto-chave em sua trajetória. "Comentei desfiles das escolas de samba por muito tempo, fiz muitas reportagens. Esse universo tem a ver com minha trajetória profissional, e eu ter ido para a academia e feito uma pesquisa que inspira um carnavalesco me mantém conectada com esse espaço da celebração que contagia o povo brasileiro, e me formou de alguma forma”, diz ela.
A obra de Cláudia Alexandre investiga como o princípio feminino de Exu foi sistematicamente ocultado no Brasil devido às imposições coloniais e ao racismo religioso. Para a pesquisadora, a desqualificação de narrativas afro-brasileiras no Carnaval tem o objetivo de apagar a cultura negra.
A Pérola Negra teve como foco resgatar a ancestralidade em um desfile que colocava em evidência a força das mulheres negras na preservação das tradições afro-brasileiras. Nos terreiros, elas são protagonistas na manutenção e transmissão do saber ancestral, o que se reflete na história da própria escola. Liderada pela presidente Sheila Mônaco, a Pérola Negra trouxe para a avenida uma narrativa de resiliência e superação, reafirmando o Carnaval como espaço de luta e visibilidade, o que a consagrou como a campeã do acesso 2.
O reconhecimento do enredo pela Pérola Negra também evidencia a importância do tema para o Carnaval. "O quesito enredo estava relacionado ao conteúdo e à proposta da escola, e foi um dos quesitos em que a Pérola Negra recebeu nota máxima, com quatro notas 10. Isso confirma que ele foi reconhecido em diferentes campos: na academia, no campo literário enquanto livro e agora também como enredo de Carnaval", pontuou Cláudia Alexandre.
Em um momento de crescentes ataques às tradições pretas, a homenagem a Exu-Mulher vem para combater e reforçar a importância do reconhecimento e valorização e contribuição da cultura negra para a identidade nacional. O que se vê na avenida é a reafirmação histórica contra o racismo religioso em que se celebra a herança africana que semeou as raízes brasileiras.
"É importante também destacar o ganho pedagógico de apresentar um enredo afro inédito, muitas vezes, há críticas de que os enredos afros são repetitivos, que as escolas de samba deveriam buscar outras narrativas. Mas a Pérola Negra vem e prova o contrário, assim como a Beija-Flor no Rio de Janeiro e outras escolas que venceram falando sobre tradições afro-indígenas. Isso reforça a relevância e a necessidade de contar essas histórias, que ainda são pouco conhecidas pelo grande público", conclui Cláudia Alexandre.
Além da Pérola Negra, o Desfile das Campeãs do Carnaval Paulista de 2025 contará com outras grandes escolas que brilharam na avenida, como Camisa 12, Mocidade Unida da Mooca, Tom Maior, Camisa Verde e O Carnaval é uma das manifestações culturais mais emblemáticas do Brasil, carregando consigo histórias de resistência negra e afirmação cultural. No desfile das campeãs do Carnaval Paulista de 2025, a escola de samba Pérola Negra será a primeira a entrar na passarela, celebrando a força das tradições afro-brasileiras com um enredo inspirado no livro Exu-Mulher e o Matriarcado Nagô, da jornalista e pesquisadora Cláudia Alexandre, vencedora do Prêmio Jabuti Acadêmico 2024.
Para Cláudia Alexandre, a escolha de seu livro como inspiração para o desfile é um ponto-chave em sua trajetória. "Comentei desfiles das escolas de samba por muito tempo, fiz muitas reportagens. Esse universo tem a ver com minha trajetória profissional, e eu ter ido para a academia e feito uma pesquisa que inspira um carnavalesco me mantém conectada com esse espaço da celebração que contagia o povo brasileiro, e me formou de alguma forma”, diz ela.
A obra de Cláudia Alexandre investiga como o princípio feminino de Exu foi sistematicamente ocultado no Brasil devido às imposições coloniais e ao racismo religioso. Para a pesquisadora, a desqualificação de narrativas afro-brasileiras no Carnaval tem o objetivo de apagar a cultura negra.
A Pérola Negra teve como foco resgatar a ancestralidade em um desfile que colocava em evidência a força das mulheres negras na preservação das tradições afro-brasileiras. Nos terreiros, elas são protagonistas na manutenção e transmissão do saber ancestral, o que se reflete na história da própria escola. Liderada pela presidente Sheila Mônaco, a Pérola Negra trouxe para a avenida uma narrativa de resiliência e superação, reafirmando o Carnaval como espaço de luta e visibilidade, o que a consagrou como a campeã do acesso 2.
O reconhecimento do enredo pela Pérola Negra também evidencia a importância do tema para o Carnaval. "O quesito enredo estava relacionado ao conteúdo e à proposta da escola, e foi um dos quesitos em que a Pérola Negra recebeu nota máxima, com quatro notas 10. Isso confirma que ele foi reconhecido em diferentes campos: na academia, no campo literário enquanto livro e agora também como enredo de Carnaval", pontuou Cláudia Alexandre.
Em um momento de crescentes ataques às tradições pretas, a homenagem a Exu-Mulher vem para combater e reforçar a importância do reconhecimento e valorização e contribuição da cultura negra para a identidade nacional. O que se vê na avenida é a reafirmação histórica contra o racismo religioso em que se celebra a herança africana que semeou as raízes brasileiras.
"É importante também destacar o ganho pedagógico de apresentar um enredo afro inédito, muitas vezes, há críticas de que os enredos afros são repetitivos, que as escolas de samba deveriam buscar outras narrativas. Mas a Pérola Negra vem e prova o contrário, assim como a Beija-Flor no Rio de Janeiro e outras escolas que venceram falando sobre tradições afro-indígenas. Isso reforça a relevância e a necessidade de contar essas histórias, que ainda são pouco conhecidas pelo grande público", conclui Cláudia Alexandre.
Além da Pérola Negra, o Desfile das Campeãs do Carnaval Paulista de 2025 contará com outras grandes escolas que brilharam na avenida, como Camisa 12, Mocidade Unida da Mooca, Tom Maior, Camisa Verde e Branco, Mocidade Alegre, Gaviões da Fiel, Acadêmicos do Tatuapé e Rosas de Ouro. Juntas, essas agremiações reforçam a riqueza e a diversidade do samba paulistano, levando para o Sambódromo do Anhembi enredos potentes e marcantes que celebram a cultura popular.
A Pérola Negra abre o desfile das campeãs com um grito de resistência, mostrando que a ancestralidade é um elemento vivo no Carnaval e na história do país.