Estudo indica que 4 a cada dez pessoas perdoaria traição de um parceiro

Relatório global do Ashley Madison analisa motivações para infidelidade, índices de perdão e o papel da cultura pop no debate sobre monogamia

Sherlock Communications
31/01/2025 13h19 - Atualizado há 1 dia
Estudo indica que 4 a cada dez pessoas perdoaria traição de um parceiro
pixabay - Licença CC (Creative Commons)
Um novo relatório do Ashley Madison, plataforma líder em relacionamentos extraconjugais, em parceria com a YouGov, revela uma transformação significativa na maneira como as pessoas percebem e lidam com a infidelidade. O estudo, que analisa comportamentos e opiniões em escala global, destaca questões como satisfação emocional, busca por novidades e o impacto da cultura pop na formação de opiniões sobre monogamia.

No Brasil, os dados mostram que 32% dos homens e 23% das mulheres admitem já terem sido infiéis. As motivações para isso variam: entre os homens, "experimentar algo novo" foi a razão mais mencionada, enquanto as mulheres apontaram a falta de atenção e afeto como principal motivo. Curiosamente, quase um quinto dos brasileiros acredita que a infidelidade pode até melhorar o relacionamento principal, trazendo mais empolgação e redescobrindo o desejo.

O Brasil também se destaca pela abertura ao perdão. Segundo o levantamento, 43% dos brasileiros afirmam que seriam capazes de perdoar um parceiro infiel, índice superior à média global de 34%. As mulheres brasileiras demonstram maior tendência ao perdão, com 46% delas afirmando que dariam uma segunda chance, em comparação com 40% dos homens.

No contexto global, 29% das pessoas em relacionamentos monogâmicos admitem terem sido infiéis, sendo a falta de satisfação sexual, a busca por novas experiências e a carência de conexão emocional as razões mais comuns. Entre os membros do Ashley Madison, 63% relataram que a infidelidade teve um impacto positivo em suas vidas, ajudando-os a se sentirem mais satisfeitos emocional e sexualmente. 

Outro ponto interessante destacado pelo relatório é o papel da cultura pop na formação de percepções sobre traição. Produções como "Big Little Lies" e "The Affair" frequentemente exploram o tema, mas quase metade dos entrevistados acredita que as representações na mídia exageram os aspectos negativos, enquanto apenas 12% as consideram realistas.

Uma transformação notável no cenário global é o crescente protagonismo feminino. Segundo a Dra. Tammy Nelson, autora de Open Monogamy, “as mulheres modernas estão menos dispostas a aceitar insatisfação sexual e emocional, sendo mais independentes na busca por satisfação pessoal. Elas estão desafiando normas tradicionais de relacionamento e considerando parceiros alternativos como uma forma de preencher lacunas em suas vidas amorosas”.

Os dados também apontam que, para alguns, a infidelidade pode trazer benefícios indiretos aos relacionamentos primários. Cerca de 21% dos entrevistados afirmam que conexões extraconjugais os ajudaram a valorizar mais seus parceiros originais, enquanto 18% mencionaram que se tornaram mais abertos sobre suas necessidades emocionais.

Entre os fatores que contribuem para o aumento da infidelidade, estão a facilidade proporcionada pela tecnologia, as tensões trazidas pela pandemia de COVID-19 e uma abordagem mais aberta à monogamia. Conceitos como "monogamia flexível" e "não monogamia consensual" estão ganhando espaço, refletindo um cenário de maior compreensão sobre as complexidades dos relacionamentos modernos.
O estudo do Ashley Madison e da YouGov destaca que, enquanto o estigma sobre a infidelidade ainda persiste, há uma maior aceitação de que cada relacionamento possui dinâmicas únicas. Para muitos, a traição não representa o fim, mas sim uma oportunidade de redescoberta pessoal e relacional.

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PATRICIA SERENO ZYLBERMAN
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