Agronegócio brasileiro terá impacto com ações do presidente americano Donald Trump
Medidas do governo americano devem aquecer mercado de bioinsumos e insumos orgânicos no Brasil
JULIANA PRESTES
24/01/2025 11h30 - Atualizado há 1 semana
Divulgação
Uma das primeiras medidas do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, terá sérios impactos no mercado de “green bonds”, os chamados títulos verdes. Empossado nesta semana, o mandatário decidiu retirar o país do Acordo de Paris — pacto que prevê a compra de créditos de carbono pelas nações mais poluentes. Segundo especialistas, a medida vai desencadear uma oscilação financeira no valor do crédito de carbono verificado como CER (certificado de emissão reduzida). Na contramão da política ambiental de Trump, o Brasil aprovou, em dezembro, a Lei 15.042, que regulamenta o mercado de créditos de carbono e cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa.
Baseados na agenda ESG (governança ambiental, social e corporativa, na sigla em inglês), títulos verdes apresentam franco crescimento no mercado mundial desde 2016, quando saltaram de 100 bilhões de dólares (R$ 590 bilhões) em investimentos para 1,4 trilhão de dólares (R$ 8 trilhões) no ano passado. Os bioinsumos, de origem natural, respondem por uma parcela significativa desse montante — cerca de R$ 80 bilhões, o que aponta para uma tendência de agricultura integrada ao meio ambiente.
Mestre em Tecnologia Sustentável, Roulien Paiva Vieira atua em diversas regiões do país certificando projetos alinhados com a agenda ESG para o mercado internacional de Green Bonds. O especialista, que já atua para os BRICS desde 2023 nas áreas de energias renováveis, hidrogênio verde e desenvolvimento de agricultura regenerativa para segurança alimentar, acredita que este cenário deve contribuir para o aumento da demanda e disponibilidade financeira em investimentos verdes:
“Os Estados Unidos e Brasil possuem agriculturas relevantes e concorrentes entre si, tanto que os preços da soja, milho, algodão e trigo dos Estados Unidos impactam nos preços dessas culturas no mercado brasileiro, devido a concorrência internacional. Nesse sentido, os bioinsumos e insumos orgânicos representam uma vantagem competitiva pois, comprovadamente, geram maior produtividade e melhor qualidade.” - destaca.
Luiz Eugênio Pontes, diretor comercial da Fertsan, empresa brasileira de bioestimuladores de origem natural, também está otimista em relação às próximas movimentações do mercado mundial:
“Estamos acompanhando os movimentos e temos certeza de que os bioinsumos continuam sendo extremamente relevantes para o agronegócio brasileiro. Acreditamos que nossa tecnologia pode realmente transformar a produtividade agrícola de forma sustentável e alinhada aos valores ESG,diante da demanda reprimida no Brasil para mais de 2 milhões de hectares para o plantio nessa vertente sustentável. ”
Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
JULIANA BEZERRA LEAL PRESTES
[email protected]