O Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina cresceu 3,9% de julho a setembro na comparação com os três meses imediatamente anteriores. Com o resultado, o país saiu da recessão, quebrando a sequência de três trimestres negativos, informou o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec, o IBGE argentino). Em comparação com o mesmo período de 2023, o PIB do terceiro trimestre caiu 2,1%.
A recuperação da economia argentina ocorre no momento em que Milei completa um ano no cargo, período em que promoveu cortes drásticos de gastos e uma intensa desregulamentação. O programa reduziu a inflação anual de três dígitos no país. Em outubro, o Banco Mundial estimou que a economia argentina iria encolher 3,5% em 2024, mas, no próximo ano, PIB do país deverá avançar 5%.
“A Argentina decola!”, comemorou o presidente em sua conta no X, ao comentar os resultados do PIB.
Na semana passada, a inflação na Argentina atingiu seu nível mais baixo desde 2020, registrando 2,4% em novembro em relação a outubro, embora na comparação anual o índice tenha acelerado 166% e, no acumulado do ano, tenha registrado uma variação de 112%.
De acordo com o Financial Times, a expansão foi impulsionada por uma recuperação nos gastos dos consumidores e nos investimentos de capital, após uma queda acentuada no início do ano, além de um crescimento contínuo nas exportações de agricultura e mineração.
Segundo o Indec, entre julho e setembro, as exportações argentinas cresceram 3,2% em comparação ao segundo trimestre do ano, enquanto o consumo privado aumentou 4,6%, o consumo público subiu 0,7%, e a formação bruta de capital fixo expandiu 12%.
Na comparação anual, destacam-se positivamente os setores de agricultura, pecuária, caça e silvicultura, que se expandiram 13,2% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2023.
No entanto, indústria, construção civil e atividades de comércio atacadista, varejista e reparações continuam encolhendo.Analistas apontam que permanecem grandes desafios para o governo, incluindo a remoção dos controles cambiais e de capital da Argentina, que estão afastando investimentos estrangeiros e impedindo o banco central de acumular reservas em moeda forte.