A ascensão das redes sociais transformou influenciadores digitais em verdadeiras celebridades, capazes de moldar comportamentos e influenciar decisões de milhões de pessoas. No entanto, essa influência tem sido utilizada para fins questionáveis, como a promoção de jogos de azar e esquemas financeiros duvidosos.
A recente polêmica envolvendo a influenciadora Deolane Bezerra e seu suposto envolvimento em um esquema de suposta lavagem de dinheiro e promoção de apostas ilegais, expõe a face mais sombria desse universo.
O caso de Deolane Bezerra é emblemático pela forma como alguns influenciadores, supostamente, exploram seus seguidores em busca de lucro fácil. Ao promover plataformas de apostas não regulamentadas e incentivar a participação em esquemas de pirâmide, eles colocam em risco o patrimônio de seus fãs. A venda de dicas de apostas falsas e a promoção de produtos e serviços fraudulentos são práticas comuns nesse tipo de situação.
Em contrapartida, figuras públicas como Caio Ribeiro demonstram um modelo de negócio mais transparente e legal. Ao divulgar abertamente sua parceria com a empresa Betano e seguir as diretrizes da plataforma, ele demonstra um compromisso com a ética e a responsabilidade.
De forma geral, e preocupante, a monetização de conteúdo ilícito nas redes sociais é um problema complexo e multifacetado. Além da venda de dicas falsas e da promoção de produtos e serviços fraudulentos, influenciadores podem utilizar suas plataformas para lavar dinheiro proveniente de atividades criminosas e evadir impostos. A falta de regulamentação e fiscalização adequada nesse setor facilita a atuação de golpistas e fraudadores.
A nova “Lei das Bets”, que entrará em vigor em 2025, representa um passo importante para a regulamentação do setor e o combate às práticas ilegais. No entanto, a fiscalização das redes sociais e a identificação de esquemas fraudulentos continuam sendo um desafio. A complexidade das operações e a constante evolução das plataformas digitais dificultam o trabalho das autoridades.
A proliferação desses esquemas nas redes sociais exige uma postura mais crítica e consciente por parte dos consumidores. A busca por enriquecimento rápido e a influência de personalidades famosas podem levar muitas pessoas a tomar decisões financeiras impulsivas e arriscadas. O consumidor da era digital tende a ser mais informado, antenado e conectado; por isso, é fundamental que busque informações confiáveis, compare diferentes fontes e desconfie de promessas de ganhos fáceis. A educação e a conscientização, no mercado digital, sobre os riscos associados às apostas e investimentos são essenciais para proteger os consumidores e combater as práticas ilícitas no mercado digital.
*Matheus Felipe é Formado em Marketing, pós-graduado em Gestão de Mídias Sociais, professor tutor do curso superior de tecnologia em Mídias Sociais Digitais da UNINTER.
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JULIA CRISTINA ALVES ESTEVAM
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