“A avaliação das condições atuais da economia indicou um ambiente econômico mais favorável, no entanto, os comerciantes apresentam dificuldade financeira para investir”, avaliou a CNC.
Na passagem de janeiro para fevereiro, os três componentes do Icec registraram expansão. A avaliação das condições atuais subiu 5,7%, para 88,6 pontos, com avanços nos itens economia (8,5%), setor (5,6%) e empresa (3,8%). As expectativas aumentaram 1,8%, para 139,1 pontos, com melhora nos quesitos economia (2,6%), setor (1,4%) e empresa (1,4%). As intenções de investimentos cresceram 0,8%, para 101,2 pontos, com expansão nos itens empresa (1,9%) e contratação de funcionários (1,0%), mas queda no quesito estoques (-0,8%).
O quesito que avalia a intenção de investimento na contratação de funcionários encontra-se em nível satisfatório, aos 112,3 pontos, mas a CNC alerta para um aumento na proporção de comerciantes indicando que pretende reduzir o número de admissões nos próximos meses, fatia que atingiu 40,3% em fevereiro de 2024, o maior nível desde maio de 2021.
O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, lembra que a inadimplência das empresas aumentou de uma taxa de 2% em dezembro de 2022 para 3,5% em dezembro de 2023, dificultando o acesso ao crédito, enquanto a taxa de juros para pessoa jurídica permanece elevada, embora tenha diminuído em relação ao ano passado. Além disso, a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada também pela CNC, “revelou maior preocupação das famílias em organizar seu orçamento, colocando o consumo em segundo plano”.
“A perspectiva para consumir permaneceu em declínio em fevereiro, mas o porcentual de consumidores que pretendem reduzir as compras também vem caindo, o que impacta positivamente a expectativa dos comerciantes em relação aos próximos meses”, resumiu Felipe Tavares, em nota oficial.
Na passagem de janeiro para fevereiro, a confiança do empresariado aumentou nos três grupos varejistas investigados. A confiança de comerciantes de produtos de primeira necessidade teve alta de 4,2%. No ramo de semiduráveis, o aumento na confiança foi de 0,9%, e, no setor de bem duráveis, houve elevação de 2,3%.